Só, mas acompanhada!

O desafio da mulher solteira, sozinha, viúva ou divorciada é sempre diverso, cheio de nuances do olhar da cultura e também do seu próprio olhar acerca de ser ou estar sozinha. Quando me refiro a ser ou estar sozinha está especificamente relacionado a não estar num relacionamento conjugal compartilhando a vida com um marido, como é o desejo de muitas.

A sociedade pressiona aquelas que são ou estão sozinhas. Estar em grupos com famílias, casais, crianças nem sempre é confortável para algumas mulheres. Há sempre um olhar interrogativo, um olhar que gera desconforto e sentimento de inadequação. 

Acompanhando muitas mulheres com este status civil pude perceber quão angustiante é para muitas sentirem-se sozinhas, o quanto se sentem inadequadas ou com uma falta. Não é incomum, buscarem casamento e depois se defrontam com frustrações por não ser aquilo tudo que imaginavam ser um casamento.

Como profissional da área do cuidado tenho me defrontado com o compartilhar destas mulheres, tanto daquelas que lidam com o contexto dos seus trabalhos, quanto daquelas que trabalham em campo transcultural, ou seja, outro país.

As dificuldades maiores para estas estão relacionadas a lidarem com a solidão, com não ter alguém para compartilhar seus sentimentos, medos, dores e anseios. A distância que vai se estabelecendo com os relacionamentos brasileiros, familia e amigos devido a diferença do fuso horário colabora para o sentir-se sozinha. 

O choque cultural, diferenças nos comportamentos e formas de lidar com a emoção da nova cultura também interferem grandemente no sentimento de solidão. Importante para todas é construir um espaço de partilha, de confiança e segurança através de mentoria, acompanhamento psicológico ou um simples andar junto com alguém que tem experiência transcultural.

Que nestes encontros possamos ser transparentes, “pensar em voz alta” sem críticas ou julgamentos. Que possamos construir um caminho de parceria, de suporte e juntas buscarmos lembrancas, vivencias que nos trazem esperança, firmam nossos pés e nos dão a segurança de que não estamos sós.

Para mim, viúva há muitos anos, a construção da segurança, do estar bem comigo mesma, ficar tranquila sozinha em casa é um processo continuo. A cada nova experiência e momento preciso rever os meus pontos de segurança para continuar na caminhada.

Me apropriar destas referencias com a devida contextualização trouxe para mim uma mudança interna, emocional que foi fundamental na minha caminhada de estar só. 

Creio que nós, as sozinhas, precisamos nos posicionar emocionalmente na certeza de que podemos nos cuidar e também podemos receber cuidados.  Minha sugestão é de que você procure referências que fazem sentido para o teu contexto e momento de vida e se aproprie delas integralmente.

Este é o paradoxo da vida: estar “sozinha”,  mas lembrando que sempre podemos ter alguém, mesmo que à distância, para andar conosco. 

Como você se sente ao caminhar sozinha numa outra cultura?

Não fique sozinha! Eu sei como é difícil estar sozinha numa outra cultura. Agende uma sessão gratuita para compartilhar comigo a sua experiência e vamos caminhar juntas!

 

Léa Marcondes

Terapeuta especialista em Transição Cultural. Ajuda pessoas e famílias a se prepararem emocionalmente para uma mudança de país, ajustando o seu projeto de vida aos novos desafios. Também as acompanha para que enfrentem de forma mais saudável as adaptações na nova cultura, evitando que fiquem confusas, perdidas ou em depressão neste momento tão importante de suas vidas.

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