A Biologia do Movimento Corporal

A vida animal é móvel e tem motilidade. Há alongamento, estiramento, pulsação e contração. Esse ritmo básico é observado em todos os animais vivos. Tem movimentos de torção ou rotação, pulsação, que servem para circular os nutrientes internos e também como meio de propulsão. Padrões de motilidade, padrões de ação e movimento são coisas diferentes. Padrões de movimento são descritos como “deslocamento de um lugar para o outro”, ele é mecânico, enquanto a motilidade brota dos processos metabólicos da existência, como por exemplo, a excitabilidade celular, sua expansão, polarização e as expressões emocionais.

A motilidade e o movimento podem ser comprometidos por situações na vida que alteram o fluxo energético normal. O stress e a ansiedade são padrões organísmicos que se expressam como contração de músculos e órgãos. Conflitos e tensão são estados do organismo e não simplesmente um conflito de ideias no cérebro. O conflito é gerado por uma necessidade não realizada. Se, por exemplo, numa família os membros não conseguem atender a criança na sua necessidade de estimulação pelo toque, coexistem um padrão de aproximação e de contenção por medo ou desapontamento. Esta inibição comprime o seu cérebro e a barriga. Os conflitos, portanto, causam problemas no corpo também. A criança percebe os estados corporais de desejo e a inibição como uma dor nos músculos e órgãos e o cérebro reconhece que isto está acontecendo. Todo o nosso corpo funciona em sincronia: metabolismo e emoções, expressão e sensações. Reich afirma que a pulsação biológica é a única forma de atividade comum a todos os seres vivos e nessa medida é correto definir a pulsação como a função básica de toda a vida.

Desde que nada impeça essa pulsação, o organismo inteiro tomará parte dela, e nós dizemos que o organismo funciona livremente. Se qualquer fator externo ameaça bloquear essa pulsação, o organismo cuidará de libertar-se do obstáculo, destruindo-o ou evitando-o. Se o organismo consegue realizar isso, mantendo inalterada a sua pulsação, dizemos que ele é sadio. Se, porém, é permitido ao obstáculo atuar por um tempo prolongado para que determinadas partes do organismo não participem da pulsação, ou se ele destrói ou danifica partes do organismo, então podemos afirmar que o organismo está doente. Para Reich, a disfunção precede a transformação morfológica do tecido. A disfunção leva à contração e altera toda a função biológica da pulsação plasmática do organismo. Quando isto acontece instalou-se uma biopatia naquele organismo. Se o dano é muito grave a ponto de fazer cessar a pulsação, o organismo morre.

No texto a seguir abordo a visão de Reich acerca da saúde e doença.

Continue sua leitura no texto:

Léa Marcondes

Terapeuta especialista em Transição Cultural. Ajuda pessoas e famílias a se prepararem emocionalmente para uma mudança de país, ajustando o seu projeto de vida aos novos desafios. Também as acompanha para que enfrentem de forma mais saudável as adaptações na nova cultura, evitando que fiquem confusas, perdidas ou em depressão neste momento tão importante de suas vidas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima