Você conhece os caminhos mentais que você usa para resolver situações? Para estudar? Para planejar?
É hora de conhecer novas estratégias mentais. Veja como!
Feuerstein propõe o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) como um método de intervenção cognitiva. Possui fundamentação teórica, repertório rico de instrumentos práticos e ferramentas analítico-didáticas com o objetivo de aumentar a efetividade do processo de aprendizagem (formal e informal). Os instrumentos visam identificar as funções cognitivas deficientes e trabalhar na sua superação, desenvolver estratégias e hábitos de trabalho para resolver situações problema com a finalidade de promover a modificabilidade estrutural cognitiva. Feuerstein reforça a ideia de que o ser humano não utiliza todo o seu potencial cognitivo independentemente de um comprometimento nesta área.
O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) é aplicado com crianças a partir dos 8 anos, bem como com adultos em qualquer faixa etária, independentemente de sua situação clínica neurológica. O PEI visa auxiliar a pessoa a desenvolver o seu processo de pensamento com o intuito de promover uma transformação no seu raciocínio geral, de modo que, uma vez modificado, ela possa aplicar intencionalmente o seu conhecimento nas diversas áreas de sua vida. Auxilia no desenvolvimento de hábitos de rotina, organização do pensamento e ações, viabiliza o planejamento e criação de estratégias mais eficazes, bem como o hábito de pensar antes de agir e tomar decisões.
É realizado através de 14 instrumentos específicos que trabalham tarefas de diferentes conteúdos e modalidades abordando processos mentais tais como comparação, análise, síntese, classificação, raciocínio hipotético e outros. As tarefas propostas em cada instrumento têm nível de complexidade crescente, o que possibilita a construção sistemática das funções cognitivas e operações mentais necessárias à aprendizagem.
Alguns dos objetivos alcançados através processo de intervenção com o PEI são: o processo perceptivo é ampliado, ocorre o desenvolvimento de habilidades de organização e planejamento, são adquiridas novas estratégias de trabalho e de pensamento, acontece a compreensão do seu processo pessoal de organização do pensamento e a identificação do ritmo pessoal e suas interferências no processo do pensamento. A conscientização do processo pessoal de raciocínio e a possibilidade de identificar suas funções deficientes favorecem ações práticas para sua correção e a mudança estrutural cognitiva.
Lea Rocha Lima e Marcondes