Você sabia que temos capacidade de aprender sempre e em qualquer idade?
Expormo-nos a estímulos variados e significativos exercitam e estimulam nosso cérebro. Experimente!
Reuven Feuerstein , psicólogo romeno, desenvolveu a abordagem da Aprendizagem Mediada que tem como base a noção de modificabilidade cognitiva, por meio da qual as faculdades intelectuais podem ser expandidas não somente na idade de desenvolvimento, mas mesmo durante todo o curso da vida de um indivíduo. Um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo é atribuído à experiência de Aprendizagem Mediada. Segundo Feuerstein, a aprendizagem adquirida através de um mediador é mais abrangente e significativa do que aquela que se dá pela exposição direta do sujeito aos estímulos.
Feuerstein fala que a Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) se refere à natureza e a qualidade de toda interação humana destinada a produzir mudanças significativas e duradouras no indivíduo, com o objetivo de promover o seu potencial para aprender.
A crença na modificabilidade cognitiva é o elemento deflagrador de toda ação na mediação. Para Feuerstein, “…o sistema de crenças é produzido por uma necessidade, a necessidade de oferecer a uma criança, a uma família, a um outro a possibilidade de desenvolver e alcançar seu máximo potencial e de se materializar como a imagem de Deus”. (Feuerstein, in Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed Editora, 2002).
Todas as pessoas estão expostas a duas modalidades de aprendizagem:
A primeira, a exposição direta a vários estímulos e experiências de vida, é caracterizada por ser aleatória, incidental, sem controle, sem um plano ou propósito. Nesta modalidade o indivíduo aprende sozinho, relacionando-se com objetos, pessoas e fatos, estando sujeito às situações que se apresentam e o resultado é prejudicado em razão dessas características.
A segunda, denominada Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) ocorre quando o indivíduo é exposto a uma série de estímulos selecionados e controlados por um mediador humano, com a intenção de promover novas descobertas ao mediado. Essas descobertas são trabalhadas, carregadas de significado, provocando modificações em sua estrutura cognitiva.
A EAM tem seu foco não especificamente no conteúdo das informações, mas sim no diálogo intencionalmente entre o mediador e o mediado, ambos interagindo pela troca de impressões, sentimentos sobre o mundo e as formas de compreender a realidade. Esta interação na comunicação provoca mobilização cognitiva e afetiva através da relação entre eles.
A EAM caracteriza-se pela produção intencional de significados vividas pela relação entre ambos, estimulando e acessando a capacidade de aprender, de reagir e interpretar o ambiente. A compreensão da aplicabilidade da EAM em áreas diversas amplia qualitativamente possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Lea Rocha Lima e Marcondes